A advogada Elane Laborda da Silva recebeu hoje a autorização para visitar o cliente Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo, o Ali Lundi, um dos alvos da Operação Hashtag que está no Presídio Federal em Campo Grande.
Depois de ter sido barrada na sexta-feira (22), ela acionou representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), para intermediar a situação.
Segundo informações da assessoria de imprensa da OAB, a advogada veio de Manaus (AM) e reclamou porque não foi atendida no sábado (23). Mas, depois de a seccional ter sido acionada, a diretoria do presídio explicou que não são permitidas visitas aos fins de semana, conforme normas de segurança do estabelecimento.
Outro profissional também teria sido "barrado" na entrada do presídio, mas ele não acionou a Ordem e conseguiu entrar normalmente nesta segunda-feira (25).
OPERAÇÃO HASHTAG
A chamada "Operação Hashtag" foi lançada na semana passada pela Polícia Federal, resultando na prisão de dez pessoas em sete estados, informou o Ministério da Justiça.
Foram as primeiras prisões no Brasil com base na recente lei antiterrorismo, sancionada em março pela presidente afastada, Dilma Rousseff.
Também foram as primeiras detenções no país por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua no Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo.
Além das prisões, foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em dez estados – São Paulo (8); Goiás (2); Amazonas (2); Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Minas Gerais e Mato Grosso (um em cada). Houve ainda duas conduções coercitivas, em São Paulo e Minas Gerais.
ENTRE NÓS
Entre os presos na operação está o campo-grandense Leonid El Kadre de Melo, 32 anos. A Polícia Militar conseguiu prendê-lo ontem (24) depois de receber denuncia anônima.
Ele foi localizado em Comodoro (MT) e não resistiu à prisão. O suspeito nasceu em Campo Grande, mas mudou-se para Tocantis e, depois, para Mato Grosso.
Leonid, que já cumpriu pena em regime fechado por homicídio, ficará detido no Presídio Federal da Capital.
A irmã dele, Zeina El Kadre, 35 anos, afirmou, em entrevista concedida na sexta-feira (22) ao Portal Correio do Estado, que o homem converteu-se ao islamismo enquanto estava na prisão.
“Realmente ele se tornou muçulmano enquanto esteve preso, não sei como. Foi amparado pelos muçulmanos”, disse. “Fomos pegos de surpresa e está sendo muito difícil lidar com tudo isso. Para a gente é uma tragédia o que está acontecendo”, completou.
Leonid é pai de um menino e trabalhava como mecânico em Campos de Júlio (MT). A casa dele, naquele município, foi alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal.