O italiano Cesare Battisti, condenado na Itália por assassinatos em 1970, teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva hoje à tarde. A determinação foi do juiz federal Odilon de Oliveira, que fez audiência de custódia por videoconferência.
Battisti foi preso ontem em Corumbá pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) quando quantia "razoável" de dólares e euros foi encontrada com ele em táxi boliviano. A Polícia Federal foi acionada e o prendeu pelo crime de evasão de divisas.
Ele prestou depoimento durante parte da tarde e permaneceu detido para que fosse realizada audiência hoje. O juiz Odilon de Oliveira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, ouviu o acusado por meio de vídeo e logo depois deu o despacho.
O magistrado entendeu que era preciso mantê-lo preso porque que há risco de fuga. A decisão foi embasada principalmente pela situação que ocorreu a prisão, quando ele tentava sair do Brasil ao ser encontrado na tarde de ontem na região de fronteira, entre Corumbá e Puerto Quijaro (Bolívia).
O magistrado também sugeriu que houvesse a transferência do preso para unidade prisional de Campo Grande. Até a publicação desta matéria não tinha sido definido o local definitivo para que o condenado permaneça preso.
A condenação que Batistti teve ocorreu na Itália e ele deveria cumprir prisão perpétua por conta de quatro assassinatos na década de 1970. Na época, ele integrava o Partido Proletário Armados para o Comunismo, grupo de extrema esquerda.
Cesare Battisti fugiu da Itália e em 2004 veio para o Brasil. Chegou a ser preso em 2007 e dois anos depois o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou sua extradição. Ela não ocorreu porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a medida, em ato feito no último dia do seu governo, em 2010. O italiano é casado com uma brasileira e tem um filho.
*Colaborou: Mariane Chianezi.