Cidades

ELEIÇÕES

A+ A-

Venezuelanos começam a votar em plebiscito contra Nicolás Maduro

Venezuelanos começam a votar em plebiscito contra Nicolás Maduro

O Globo

16/07/2017 - 12h03
Continue lendo...

Milhares de venezuelanos saem neste domingo para votar em um plebiscito contra o governo de Nicolás Maduro, com urnas abertas por volta das 7h no horário local (8h, no horário de Brasília). A expectativa de boa parte da população é que esta seja uma votação massiva, para fazer o presidente socialista convocar eleições presidenciais antes do fim de seu mandato, que será no início de 2019.

Antes da abertura das urnas, dezenas de pessoas faziam fila em setores de Caracas como Chacaito e Los Palos Grandes, onde as primeiras tendas e mesas foram instaladas com os seus respectivos delegados e voluntários, muitos vestidos de branco, de acordo com jornalistas da AFP. Os eleitores podem votar até as 16h na hora local (17h de Brasília).

Embora o governo tenha insistido que o referendo não é vinculativo e que é ilegal porque não tem o aval do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a Constituição dá poderes ao Parlamento de convocar tal votação, como fez há poucos dias.

— Se neste domingo 11 milhões de venezuelanos forem às ruas, na segunda-feira passaremos a uma etapa de mais pressão. Tudo depende da contundência deste 16 de julho. As próximas horas são críticas — disse o líder da oposição, Henrique Capriles, à Reuters.

Analistas estimam que a participação popular alcance ao menos 10 milhões. Nas últimas eleições parlamentares, em 2015, 7,7 milhões votaram pela oposição e permitiram a quebra da supremacia chavista no Congresso.

— Se uma grande maioria se expressa, na segunda-feira outra Venezuela amanhecerá. Vamos dar uma mensagem clara, e o governo terá de respeitar essa decisão — ressaltou Capriles, que já foi candidato presidencial duas vezes.

Além dos 1.766 locais de votação em todo o país, os venezuelanos que moram no exterior poderão votar em mais de 200 cidades, em lugares como restaurantes, shoppings, clínicas e escritórios de partidos políticos.

O plebiscito, organizado pelos partidos da oposição e da sociedade civil, pergunta se a população apóia o plano de Maduro plano de reescrever a Constituição, se apóia a intervenção das forças armadas para "restaurar a ordem constitucional" e se quer um governo de unidade nacional.

Em paralelo, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) fará, também neste domingo, uma simulação da votação da Constituinte. Seus 545 membros serão eleitos em 30 de julho. A oposição considera a consulta uma "provocação".

De acordo com uma pesquisa, 70% dos venezuelanos rejeita a Assembleia Constituinte.

Mas, numa atitude mais serena em comparação à adotada nos últimos dias, Maduro pediu no sábado que os venezuelanos participassem de ambos os eventos "pacificamente, com respeito às ideias dos outros, sem qualquer incidente".

— A paz é o que eu peço — disse o líder socialista, na véspera de ambas as votações.

Cinco ex-presidentes da região chegaram no sábado para participar, junto com especialistas eleitorais de vários países, como observadores do processo organizado pela oposição. São eles: o colombiano Andrés Pastrana, o boliviano Jorge Quiroga, o mexicano Vicente Fox e os costa-riquenhos Miguel Ángel Rodríguez e Laura Chinchilla.

A Venezuela enfrenta uma das piores crises de sua história recente. A acentuada recessão econômica, com uma inflação de três dígitos, e a escassez de mercadorias são agravadas por uma onda de protestos anti-governamentais que já se estende por três meses e já levou a quase 100 mortos.

A oposição argumenta que Maduro levou o país, rico em petróleo, para uma "ditadura" que aprisiona dissidentes e viola direitos humanos. Por sua vez, o sucessor de Hugo Chávez diz que seus adversários o perseguem para derrubá-lo.


 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

Continue Lendo...

A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).