A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, avançou 0,32% em abril, para R$ 3,24 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (24). Em março, a dívida estava em R$ 3,23 trilhões.
O aumento da dívida pública em abril deste ano está relacionado principalmente com as despesas com juros, que somaram R$ 23,61 bilhões.
Em sentido contrário, atuando para reduzir a dívida pública em abril, mas em menor intensidade do que os gastos com juros, ocorreu resgate líquido de títulos públicos, ou seja, vencimentos de papéis superando as emissões, em R$ 13,25 bilhões.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.
Em 2016, a dívida pública registrou crescimento de 11,42%, para R$ 3,11 trilhões.
Programação para 2017
Para este ano, a expectativa do Tesouro Nacional é de novo aumento na dívida pública. A programação da instituição prevê que ela pode chegar aos R$ 3,65 tilhões no fim de 2017.
Se isso se confirmar, a alta da dívida, neste ano, será de R$ 538 bilhões, aumento 17,28% em relação ao fechamento de 2016.
O patamar de R$ 3,65 trilhões é o máximo previsto para a dívida interna e externa. Portanto, o crescimento pode ser menor. Estimativas do Tesouro apontam que a alta pode ficar em R$ 338 bilhões e, neste caso, a dívida chegaria ao final de 2017 em R$ 3,45, elevação de 10,86%.
Dívidas interna e externa
No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional, foi registrada uma elevação de 0,3% em abril, para R$ 3,12 trilhões. Neste caso, a alta foi de R$ 10 bilhões.
A dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma alta de 0,81% no mês passado, para R$ 121,2 bilhões. O aumento da dívida externa foi de R$ 1 bilhão no mês passado.
Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna subiu em abril. Em março, os não residentes detinham 13,26% do total da dívida interna (R$ 412 bilhões). No fechamento de abril, detinham 13,63%, o equivalente a R$ 425 bilhões.
Mesmo assim, os estrangeiros seguem na quarta colocação de principais detentores da dívida pública interna, atrás dos fundos de previdência, com R$ 812 bilhões em abril, ou 26% do total; dos fundos de investimento (23,24% do total, ou R$ 725,9 bilhões) e das instituições financeiras (21,87% do total, ou R$ 683 bilhões).