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Sobreviventes de Hiroshima relatam drama da bomba atômica em peça teatral

Sobreviventes de Hiroshima relatam drama da bomba atômica em peça teatral

AGÊNCIA BRASIL

25/03/2017 - 19h00
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Três pessoas que sobreviveram ao bombardeio atômico na cidade de Hiroshima (Japão), em 1945, subiram ao palco hoje (25), em São Paulo, no espetáculo teatral Os Três Sobreviventes de Hiroshima. Na peça, elas relatam suas experiências no momento do bombardeiro, além da 2ª Guerra Mundial, da imigração para o Brasil e dos dias atuais. A apresentação em São Paulo foi no Centro Universitário FEI (Rua Tamandaré, 688, Liberdade), às 16h, com entrada gratuita.

O roteiro se desenvolveu a partir da coleta e organização dos relatos dos sobreviventes trabalhando com o conceito de biodrama, uma investigação cênica da biografia. Takashi Morita, Junko Watanabe e Kunihiko Bonkohara estavam em Hiroshima na manhã de 6 de agosto de 1945, quando uma bomba atômica lançada por um avião dos Estados Unidos devastou a cidade matando mais de 140 mil pessoas já no fim da 2ª Guerra Mundial.

A peça é resultado de um ano de pesquisa. “Descobri que havia mais de 100 sobreviventes em São Paulo, tanto de Hiroshima quanto Nagasaki [também no Japão]. A partir desse momento, eu já achava que era uma memória que não deveria se perder e, pelo fato também de serem discriminados pela própria colônia japonesa no Brasil, me aguçou ainda mais o interesse em trabalhar nessa peça”, disse Rogério Nagai, idealizador do projeto, ator e diretor do espetáculo.

A peça faz parte do projeto Sobreviventes pela Paz, que pretende colocar sobreviventes de grandes tragédias e genocídios em cena como forma de manter a memória desses acontecimentos para que essas histórias não se repitam, com objetivo de propagar e manter a paz.

Para Nagai, a narrativa da peça é um fato que desperta interesse em qualquer pessoa. “O público tem reagido de diversas formas, porque o espetáculo não é só tragédia, mostra também a trama humana e os momentos de superação dos sobreviventes”, acrescentou.

Um dos sobreviventes em cena, Kunihiko Bonkohara, de 76 anos, veio para o Brasil sem saber os costumes locais nem conhecer a língua portuguesa, mas foi bem acolhido. Ele defende a importância de resgatar as histórias para tentar salvar o planeta.

“É preciso transmitir principalmente aos jovens o perigo da bomba atômica e das usinas nucleares. Os jovens não conhecem o efeito da radiação. E preciso acabar com a bomba atômica e usinas nucleares porque a radiação já está acumulada no mundo inteiro e está modificando o DNA de todos os seres que vivem no mundo.”

Para Bonkohara, o brasileiro tem um conhecimento mediano sobre a bomba atômica. “O público fica assustado e muito sentido ao saber que ainda existem pessoas sofrendo devido aos efeitos da radiação. As pessoas que assistem à apresentação dizem que pela primeira vez sentiram o que a radiação pode causar na humanidade.”

Sobreviventes

Takashi Morita, 93 anos

Em maio de 1945, sobreviveu a um bombardeio incendiário em Tóquio, que matou mais de 100 mil pessoas. Por isso, voltou a Hiroshima para ficar com a família uma semana antes de cair a bomba atômica. Tinha 21 anos na época. Na hora do ataque, estava marchando com um pelotão de 13 soldados a 1,2 quilômetro (km) do epicentro da explosão. Viu um clarão, foi golpeado pelas costas e arremessado no chão a cerca de dez metros. Sofreu queimaduras e com a radiação e desenvolveu leucemia por ter recebido a chuva radioativa.

Junko Watanabe, 73 anos

Tinha 2 anos quando uma chuva radioativa a atingiu enquanto brincava com seu irmão a 18 km da explosão. Ela não se lembra do que aconteceu, e sua família escondeu o fato. Ela só descobriu que era uma sobrevivente de Hiroshima aos 38 anos. Aos 24, veio para o Brasil após se casar com um japonês que vivia aqui. Faz palestras desde 2005 contando sua história.

Kunihiko Bonkohara, 76 anos

Mudou-se para Hiroshima quatro meses antes do ataque. Tinha 5 anos e estava com o pai em seu escritório no momento do bombardeio, a 2 km do epicentro. Os dois ficaram feridos com estilhaços de vidro. O telhado do escritório foi arrancado pelo vento e calor e foram atingidos pela chuva radioativa. Sua mãe e sua irmã mais velha, que estavam no centro da cidade, morreram carbonizados e seus corpos nunca foram encontrados.

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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