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Setor imobiliário espera recuperar vendas com mudanças no financiamento da Caixa

Setor imobiliário espera recuperar vendas com mudanças no financiamento da Caixa

AGÊNCIA BRASIL

24/07/2016 - 23h00
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A mudança nas regras de financiamento habitacional pela Caixa Econômica Federal, que vai permitir a compra de imóveis mais caros, poderá reaquecer o setor imobiliário, que vem sentindo fortemente os impactos da crise financeira nos últimos anos.

Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, apesar de ser voltada para um mercado mais restrito, a medida é muito bem-vinda para o setor. "Quando se trabalha com financiamento, acaba-se tendo dinheiro mais barato e facilitando-se os negócios. E tem-se um conforto maior”, disse Martins.

A partir desta segunda-feira (25), o valor máximo de financiamento da Caixa pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) passa de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões. O SFI é uma modalidade de crédito que financia imóveis mais caros, sem emprestar dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

De acordo com Martins, o mercado de imóveis com preço mais alto também foi afetado pela crise econômica e política do país. Ele explicou que isso acontece porque a decisão de comprar um imóvel, independentemente do valor, é muito influenciada pela confiança no futuro. “Então, se não tiver o horizonte político e econômico razoável, as pessoas ficam com o pé atrás. Todos os mercados estão passando por dificuldades. Se alguns têm medo de perder o emprego, quem é dono de empresa também pode ter medo de como ela se comportará no futuro.”

As mudanças nas regras de financiamento chegam em “excelente hora”, na avaliação do vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Distrito Federal (Ademi-DF), Eduardo Aroeira. Isso porque, segundo ele, as expectativas e o otimismo das pessoas têm melhorado. “Vai auxiliar bastante na compra de imóveis para classes mais elevadas, que vinham sofrendo bastante com a maior dificuldade de financiamento”, observou.

Outra mudança no financiamento anunciado pela Caixa é o aumento da parcela de financiamento dos imóveis por meio do SFI. Para imóveis usados, a cota de financiamento subiu de 60% para 70% do valor total. Para a compra de imóvel novo, construção em terreno próprio, aquisição de terrenos e reforma ou ampliação, a cota passou de 70% para 80%. A medida também foi comemorada pelo presidente da Cbic. “Antes, a pessoa tinha que dar 30% de entrada, agora tem que dar 20%. Isso ajuda bastante", destacou Martins.

Retomada do setor

Sobre a expectativa de retomada da indústria da construção civil no país, José Carlos Martins, observou que o humor está começando a mudar. “Já começa a ter mais visitas em plantões e, quando se fazem sondagens com empresários, vemos que eles estão menos pessimistas. Não é nenhum oba-oba, mas há uma reversão de expectativas."

De acordo com o presidente da Cbic, os lançamentos imobiliários tiveram retração de 54% nos últimos 12 meses, enquanto as vendas caíram 18%. “Caiu muito mais o número de lançamentos do que o de vendas. Mesmo que as vendas estejam fracas, elas continuam existindo. Isso quer dizer que, daqui a pouco, o mercado vai começar a reverter. Muitos prédios que estão parados vão começar a andar de novo”, previu Martins.

Eduardo Aroeira disse que também espera melhora gradual no setor nos próximos meses. “A partir do momento em que a Caixa reabre essa possibilidade, faz com que haja um novo ânimo do mercado, e a tendência é de melhora, embora gradual, mas constante”, afirmou Aroeira.

Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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