Cidades

PREMIADOS

A+ A-

Publicitários brasileiros no exterior levam cinco Grands Prix em Cannes

Publicitários brasileiros no exterior levam cinco Grands Prix em Cannes

Folhapress

24/06/2017 - 18h34
Continue lendo...

Publicitários brasileiros que fazem carreira fora do país conquistaram 5 dos 24 Grands Prix distribuídos durante o festival internacional de publicidade Cannes Lions, encerrado neste sábado (24).

O Grand Prix é o troféu máximo oferecido em cada uma das 24 categorias, que, por sua vez, contam com diversas subcategorias para as quais é possível ganhar Leões de Ouro, Prata e Bronze.

Na conta oficial por país, o Brasil obteve 99 Leões (14 Ouros, 33 Pratas e 52 Bronzes) enenhum Grand Prix. É mais do que no ano passado (90), mas o número de inscrições também subiu (7,7% para 3.020).

Considerando o retorno sobre o investimento, sem entrar no mérito da cor do metal, foram necessárias 30 inscrições para cada troféu que as agências levaram para casa.

O melhor desempenho do Brasil aconteceu em 2013, quando o país levou 115 troféus (incluindo dois GP, sendo um de Titanium, o mais cobicaço) e a Ogilvy Brasil faturou o prêmio de a agência do ano. E é do time da Ogilvy que brilhou em 2013, com a campanha de Dove ("Retrato de Real Beleza"), que vem a maioria dos GPs dos profissionais expatriados.

Depois do sucesso de Dove, o criativo Anselmo Ramos, que já tinha atuado no exterior, mudou-se para os EUA para fundar a David Miami: neste ano, ele levou dois Grands Prix com campanhas para o Burger King.

Também do time de Anselmo para a Dove em 2013, a dupla Rafael Rizuto e Eduardo Marques, hoje diretores-executivos de criação da agência 180LA, de Los Angeles (EUA), faturou dois GP: Promo & Ativação e o prestigioso GP da categoria Integrated, anunciado neste sábado.

O quinto GP foi para um brasileiro que já está na Europa desde 2008, Miguel Bemfica, diretor criativo global da MRM/McCann na Espanha.

Bemfica venceu o GP na categoria Entretenimento, com um filme de 17 minutos para o Santander. Exibido em salas de cinema com ingresso pago, "Beyond Money" (Além do Dinheiro) é uma ficção científica ao estilo Black Mirror, com Adriana Ugarte (que fez o último filme de Almodóvar) no papel principal.

NEYMAR

Para Bemfica, o Brasil pode comemorar os GPs, mesmo não sendo oficiais.

"É como o Neymar jogando no Barcelona. Cada gol que ele faz deixa a gente feliz. A gente treina aqui fora para um dia voltar", afirma o publicitário pernambucano, que um ano antes de deixar o país fundou uma escola de criativos em SP, a Escola Cuca.

"Nossos alunos e ex-alunos estão competindo comigo e já ganharam 26 prêmios em Cannes este ano", comemora.

Ele segue na metáfora futebolística para explicar o destaque dos brasileiros no exterior.
"Você bate bola na favela, vem aqui para o condomínio e arrasa. O país é uma ótima escola, tem a mídia dentro da agência, talento em abundância e um mercado difícil. A gente aprende a sobreviver na raça."

O sucesso dos brasileiros em Cannes ganhou destaque na mídiaespecializada nos EUA. Uma semana antes da abertura do festival, a revista "Advertising Age" publicou uma reportagem mostrando que "os brasileiros são os novos suecos" para os headhunters de agência nos EUA.

Há dez anos fora do Brasil, Rafael Rizuto, 37, saiu de Recife, sua cidade natal, direto para a uma agência no Bahrein.

"Nunca tinha saído do Brasil", recorda. De lá foi para a Ogilvy e depois Leo Burnett, em Dubai.

Em 2012, passou um ano no time de Anselmo Ramos na Ogilvy em São Paulo, depois foi para a Califórnia trabalhar na Pereira O'Dell, agência de San Francisco que tem como sócio o brasileiro PJ Pereira (que presidente do júri de Entretenimento este ano).

Há dois anos, é diretor-executivo da 180LA. "Não penso em voltar. Minha mulher é americana, está grávida. Me considero um cidadão do mundo."

Em dois anos na 180LA, acumula 20 Leões, incluindo 3 GPs, e atribui o sucesso à diversidade do time que montou.

"Quando cheguei, só tinha americano branco fazendo propaganda tradicional. Hoje temos gente de 28 países, muitas mulheres. "É a prova de que uma equipe diversa melhora o resultado."

Rizuti diz que o brasileiro e o americano têm visões muito diferentes da carreira.

"Nos EUA é mais um trabalho. Para o brasileiro, é um estilo de vida. Tem um amor, uma dedicação. Nossas referências profissionais são celebridades: Nizan Guanaes, Washington Olivetto", afirma.

"E tem a crise que faz a gente tirar leite de pedra. Aprendemos nadando contra a corrente e quando chegamos aqui e vendo o mar a favor, nadamos de braçada."

Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

Continue Lendo...

A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

Assine o Correio do Estado.

Cidades

Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

Continue Lendo...

Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

Escreva a legenda aqui

A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

Assine o Correio do Estado.  

 

 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).