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Preparado para ser preso há quatro dias, Palocci negará ser o 'italiano'

Preparado para ser preso há quatro dias, Palocci negará ser o 'italiano'

FOLHAPRESS

26/09/2016 - 20h00
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O ex-ministro Antonio Palocci Filho se preparava para ser preso há quatro dias. Desde que viu seu sucessor no Ministério da Fazenda, Guido Mantega, ter a prisão temporária decretada, na manhã de quinta-feira (22), admitiu entre amigos que deveria ser ele o próximo alvo da Lava Jato.

A tese inicial de Palocci, porém, não era a de prisão. Acreditava que, depois que Odebrecht começou as tratativas para fechar acordo de delação premiada, em maio, a Polícia Federal o levaria para depor coercitivamente. A partir de então, reduziu seus trabalhos na consultoria e correu para traçar sua defesa.

Passou a se reunir semanalmente com seu advogado, o criminalista José Roberto Batochio, e negava as acusações. Mesmo aos mais próximos, Palocci dizia com veemência que não era ele o "italiano", apelido que figura em planilhas de pagamentos de propina apreendidos com executivos da Odebrecht. Apesar disso, reconhecia que tinha bom relacionamento com a família dona da empreiteira.

Aos investigadores, seguirá essa linha e usará, segundo a reportagem apurou, e-mail escrito em 2010 pelo ex-presidente da construtora Marcelo Odebrecht dizendo que o "Italiano não estava na diplomação", referência à cerimônia em que Dilma Rousseff foi reconhecida como presidente eleita, em 17 de dezembro de 2010. Palocci vai dizer que estava no evento e que isso pode ser comprovado com fotos da época.

Com 55 anos, Palocci foi o grande articulador entre os empresários e o PT durante os governo de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e era considerado homem de confiança de Lula. Era quem fazia a ponte do empresariado com os hoje ex-presidentes e foi um dos principais formuladores da política econômica da era petista.

Ex-colegas de Esplanada dizem que Palocci foi o último contraponto de Dilma. Como seu ministro da Casa Civil, era quem dava opinião sobre diversas áreas do governo e rebatia a então presidente. Depois dele, a petista se cercou apenas de quem concordava ou dizia que concordava com suas ideias e, segundo aliados, a falta de contraditório foi uma das razões que a fez perder a capacidade de governar e, consequentemente, o mandato.

Nunca deixou de aconselhar Lula e até pouco tempo era frequentador do instituto que leva o nome do ex-presidente para reuniões sobre a conjuntura econômica, principalmente durante a crise que acometeu o governo Dilma.

FIADOR

Palocci era formado em medicina, foi vereador, deputado estadual, deputado federal e prefeito de Ribeirão Preto. Aprendeu a circular entre os empresários e, como primeiro ministro da Fazenda de Lula, em 2003, idealizou a Carta ao Povo Brasileiro, que deu segurança para os pesos-pesados do PIB (Produto Interno Bruto) apoiarem o petista logo na largada.

Sua primeira queda foi em março de 2006, quando deixou o Ministério da Fazenda de Lula após ser acusado pelo caseiro Francenildo Costa de frequentar uma casa mantida por lobistas e conhecida em Brasília como "República de Ribeirão Preto". O caseiro teve seu sigilo bancário quebrado e os dados divulgados na tentativa de desqualificar seu depoimento. Palocci dizia que Francenildo havia sido subornado por opositores ao PT.

O ex-ministro foi reabilitado politicamente -e publicamente- pelo PT na campanha que elegeu Dilma pela primeira vez ao Planalto. Em 2010, era um dos "três porquinhos", apelido dado a ele, José Eduardo Dutra, então presidente do partido, e José Eduardo Cardozo, que compunham a linha de frente da petista.

Palocci coordenava a campanha e fazia o primeiro contato com empresários para as doações eleitorais, mesma atuação que teve nas duas campanhas presidenciais de Lula. Depois das reuniões com Palocci, os doadores procuravam o tesoureiro da campanha e acertavam os repasses.

A pedido de Lula, Dilma nomeou Palocci seu ministro da Casa Civil em 2011, mas ele perdeu o cargo cinco meses depois, em razão de consultorias prestadas a empresas, inclusive durante a campanha de 2010.

Não divulgou seus clientes e o aumento de 20 vezes de seu patrimônio tornou-se, segundo petistas, "injustificável". "O erro de Palocci foi tentar voltar para a vida pública depois de atuar no setor privado, como consultor. Isso nunca dá certo", diz um de seus correligionários.

Nesta segunda-feira (26), Palocci foi preso na 35ª fase da Lava Jato, em São Paulo, e levado a Curitiba. Intitulada Omertà, a operação investiga indícios de uma relação criminosa entre o ex-ministro e Odebretch.

Segundo o juiz federal Sergio Moro, há provas de que Palocci coordenou o repasse de propinas da empreiteira para o PT.

Greve Geral

Assembleia Geral define se professores da UFMS irão aderir à greve

Com 60% de docentes favoráveis, nesta terça-feira (21) Assembleia Geral irá decidir por meio de votação acerca da paralisação

22/04/2024 17h15

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Assembleia Geral convocada pelo sindicado dos professores (ADUFMS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), definirá na manhã desta terça-feira (23), os caminhos com relação à greve dos profissionais da categoria.

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS. Cada uma delas terá sua assembleia, levando em consideração pontos específicos conforme a demanda de cada campi. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado no dia 9 de abril, ficou definido pela manutenção do Estado de Greve, isto é, a paralisação dos profissionais da educação pode ocorrer a qualquer momento.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que iniciou a paralisação no dia 15 de abril,  52 universidades, 79 institutos federais (IFs) aderiram ao movimento em todo país.

A presidente da ADUFMS,  a professora  Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, explicou que os educadores estão pleiteando pelo reajuste salarial de 22% dividido em três parcelas (2024, 2025 e 2026). 

São cerca de 1.500 docentes na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, fora os aposentados.

"Temos uma carreira que não tem um percentual específico entre uma e outra, mas quando se trata do início de carreira do docente, ou um piso na educação superior isto representaria em torno de R$4.900,00, para um doutor em dedicação exclusiva, ou seja, não pode trabalhar em outro lugar", explicou Mariuza Aparecida.

Servidores técnicos-administrativos

O Ministério da Gestão e da Inovação esteve reunido com lideranças sindicais, na sexta-feira (19), e propôs o reajuste de 9% para os servidores técnicos-administrativos. Em Mato Grosso do Sul são 1.700 integrantes da categoria que estão em greve desde o dia 14 de março. 

A proposta de reajuste indicada foi de 9% para 2025 e 3,5 para 2026, deixando o ano de 2024 fora da rodada de negociações.

Algumas das demandas relacionadas ao plano de reestruturação de carreira foram acolhidas pelos representantes da pasta.

Além disso, ofereceram aumento nos benefícios que incluem:

  • Auxílio Alimentação;
  • Auxílio-creche
  • Auxílio-saúde

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sista-MS), está pleiteando o reajuste de 10,5% referente a 2024, e o mesmo valor referente aos dois anos seguintes. 

IFMS 


Além dos técnicos administrativos e professores da UFMS que representam (60%) favoráveis a adesão da greve, os profissionais do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e os servidores técnicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) aderiram à greve. 

 

Os campi da IFMS paralisados pela greve dos professores e servidores técnicos são:

  • Campo Grande
  • Corumbá
  • Coxim
  • Dourados
  • Jardim
  • Naviraí
  • Nova Andradina
  • Ponta Porã
  • Três Lagoas

"Continuamos com os campus paralisados, ainda mais que o governo deu uma resposta insatisfatória na sexta. Na próxima quinta-feira nós vamos organizar a nossa assembleia. A expectativa, a grande expectativa, é que a contraproposta do governo seja rejeitada. Porque afinal de contas praticamente não atendeu em nada. Principalmente as reivindicações dos técnicos administrativos", explicou presidente do SINASEFE-MS e técnico administrativo Tiago Thomaz de Assis.

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Cidades

Prefeitura autoriza início da instalação de padrões de energia elétrica para comunidade Mandela

Moradoras do Mandela relembram transtornos causados pela falta de energia no local

22/04/2024 16h24

Divulgação: Prefeitura de Campo Grande

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A Prefeitura de Campo Grande autorizou o início da instalação dos primeiros padrões de energia elétrica para os moradores da comunidade Mandela, na área situada no Jardim Talismã. A ação, concretizada com o apoio da concessionária Energisa, proporciona acesso à eletricidade regular para os moradores e também os insere na Tarifa Social, medida que visa aliviar o ônus financeiro das famílias de baixa renda.

“Agora vou ter energia sem medo de queimar minhas coisas. Lá na comunidade os aparelhos queimavam direto devido à instabilidade. Já perdi a conta de quantas TVs dessas de tubo tive que jogar fora, e nem me animava de comprar uma nova com medo de perder também. Chuveiro quente e secador a gente não podia nem pensar em ter porque podia pegar fogo”, disse a auxiliar de serviços gerais, Marlene Salazar de Lima, de 50 anos, que não vê a hora de se mudar para o local.

“Moro sozinha, tenho problemas de saúde e quando preciso meu filho fica comigo. Ter essa casa vai me dar segurança de ter um lar para descansar, é a minha garantia. Antes daqui eu sempre morei de aluguel, sempre tentei conseguir uma casinha. Agora quero reconstruir tudo o que perdi no incêndio”, contou emocionada.

A camareira, Andréia Rolon Argilar, de 46 anos, compartilha uma experiência semelhante. Ela relatou os desafios enfrentados devido à falta de energia, uma ocorrência frequente na comunidade por conta do grande número de pessoas compartilhando da mesma conexão elétrica, o que diariamente resultava na queda de energia.

“Quando começou a me dar muito problema, eu me endividei para comprar fio e fiz uma ligação sozinha para o meu barraco. Às vezes a gente dormia sem luz e era bem ruim sem ventilador por conta dos pernilongos, mas agora com a luz regular em casa será ótimo. Prefiro pagar e ter meus direitos, quando faltar, ter para quem ligar e reclamar, é uma garantia, uma vitória para todo mundo”, disse Andréia.

Andamento das obras

Na área do Jardim Talismã, o processo de fundação já foi concluído, abrangendo escavações, posicionamento de armações de aço e nivelamento das estruturas residenciais.

Até o momento, dez unidades foram totalmente cobertas, enquanto outras 20 encontram-se em estágio avançado de alvenaria, com esquadrias e rebocos já finalizados; as restantes estão em fase de construção do baldrame e contrapiso. Além disso, as portas e janelas já instaladas estão sendo pintadas.

“Estamos muito satisfeitos em ver que as obras seguem a todo vapor, dentro do cronograma estabelecido. Nosso compromisso é garantir que as famílias sejam atendidas dignamente e que tenham a oportunidade de realizar o sonho de todo brasileiro: ter um CEP, uma casa para chamar de sua. Estamos trabalhando incansavelmente para que isso se torne realidade, assegurando que cada família tenha seus direitos reservados e desfrute de um lar seguro e confortável”, afirmou o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Claudio Marques.

Relembre

No dia 16 de novembro, um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, fazendo com que 187 famílias perdessem seus lares e itens básicos nas chamas.

Poucos dias após o ocorrido, a Prefeitura garantiu que as famílias seriam realocadas para outras áreas da Capital, são elas:

  • José Tavares - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi I - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi II - 30 lotes
  • Talismã - 32 lotes

Os moradores não poderiam reconstruir as moradias no mesmo local onde é a Comunidade do Mandela por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APP).

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