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Ministério Público da Suíça vai bloquear contas e barras de ouro de Nuzman

O brasileiro mantém 16 quilos de ouro em um cofre

Istoé

09/10/2017 - 09h28
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O Ministério Público da Suíça aceitou o pedido de cooperação para investigar e bloquear as contas e barras de ouro de Carlos Arthur Nuzman, em Lausanne e Genebra. Na Suíça, o brasileiro mantém 16 quilos de ouro em um cofre e o Departamento de Justiça do país já havia dado um sinal positivo sobre a cooperação.

Em um breve comunicado, Berna indicou nesta segunda-feira que “pode confirmar que o pedido de cooperação do Brasil está sendo atualmente executado”. O MP não deu detalhes sobre as ações ou operações realizadas.

De acordo com pessoas envolvidas no caso, no Brasil, a ação envolveria o congelamento de todos os ativos do dirigente e um mapeamento de todas suas transações nos bancos locais. Os dados serão repassados ao Brasil. Mas o dinheiro apenas seria devolvido quando Nuzman for condenado em última instância no País.

Procuradores brasileiros querem saber os detalhes das movimentações bancárias do dirigente e a ajuda de Berna para estabelecer a “rota do dinheiro”. Pela cooperação com a Suíça, os bancos são obrigados a repassar todos os extratos bancários que, então, poderão alimentar a investigação no Brasil e na França. A ação também exige o bloqueio dos bens do dirigente.

De acordo com Berna, esse pedido foi atendido. No dia 28 de setembro, os procuradores brasileiros encaminharam um pedido aos suíços para que as contas fossem bloqueadas, assim como o ouro mantido por Nuzman em Genebra. No dia 5 de outubro, dia da prisão do dirigente, o Departamento de Justiça deu o primeiro sinal verde para a cooperação e encaminhou a documentação para a “execução” por parte do Ministério Público de Berna. Dentro do sistema de cooperação, a aprovação inicial é considerada como um passo decisivo.

Agora, os procuradores suíços dão prosseguimento ao caso. Ao Estado, os responsáveis pelo local onde o ouro está guardado indicaram na semana passada que terão de cumprir uma ordem judicial se houver uma, significando que terão de impedir qualquer tipo de retirada do ouro dos cofres.

ROTA – O trabalho dos investigadores agora é o de traçar a “rota” da fortuna do brasileiro. Documentos e envelopes encontrados durante a operação policial na casa de Nuzman, em setembro, revelaram que o brasileiro não apenas mantinha dinheiro vivo em sua residência em diversas moedas, mas também guardava informação sobre contas na Suíça.

No dia 27 de junho de 2014, Nuzman escreveria para Laetitia Theophage, funcionária da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), um e-mail no qual colocava seus dados de uma conta na Suíça. Tratava-se de um depósito que deveria ser realizado no banco Societe General Private Banking, instituição financeira dedicava a administrar grandes fortunas.

Laetitia, o Estado apurou, era a assistente pessoal do então presidente da IAAF, o próprio Lamine Diack, investigado por corrupção e hoje detido. Com a conta bancária número 1720399, ele indicava para onde a IAAF deveria fazer um depósito. O local do banco também é revelador: Lausanne, cidade sede do COI e para onde Nuzman viajou com grande frequência entre 2009 e 2016, durante a preparação do Rio de Janeiro.

Em seu pedido de Habeas Corpus, Nuzman indicou que a conta servia para receber pagamentos de trabalhos realizados para a IAAF e suas despesas. O brasileiro chegou a ser membro do Conselho de Ética da entidade.

Agora, um dos trabalhos dos investigadores será o de apurar se a conta em nome de Nuzman serviu para algum outro objetivo. Para isso, o Ministério Público Federal espera a cooperação da Suíça. O Estado apurou que um fluxo ainda importante de dinheiro passou pelos EUA e pelo Caribe, o que exigiu a cooperação da Justiça americana e da Grã-Bretanha.

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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