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Exposição documenta nove primeiras décadas da fotografia

Exposição documenta nove primeiras décadas da fotografia

AGÊNCIA BRASIL

01/03/2015 - 12h00
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A cidade do Rio de Janeiro, fundada em 1565, tinha 275 anos quando chegou ao Brasil uma das grandes novidades tecnológicas da primeira metade do século 19: a fotografia. Naquele ano (1840) começava o reinado do segundo imperador do Brasil, dom Pedro II, um entusiasta, incentivador e praticante da nova técnica, inicialmente utilizada apenas em retratos.

Tinha início ali uma intensa relação da cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império, com a fotografia. Neste sábado (28), como parte das comemorações pelos 450 anos da cidade, o Instituto Moreira Salles (IMS) inaugura uma mostra que percorre as primeiras nove décadas da produção fotográfica no Rio. A exposição Rio: Primeiras Poses, Visões da Cidade a Partir da Chegada da Fotografia (1840-1930) apresenta 450 imagens que documentam a cidade no período imperial e nas primeiras quatro décadas da República.

A mostra foi montada na Galeria Marc Ferrez, que tem o nome do mais importante fotógrafo do Império, cuja obra, colecionada por seu neto, Gilberto Ferrez, foi adquirida pelo IMS em 1998. Além de fotografias de Ferrez, estão expostas imagens de outros grandes mestres da arte no século 19, como Georges Leuzinger, Augusto Stahl e Revert Henri Klumb.

“As primeiras fotos eram baseadas na daguerreotipia, o pioneiro processo fotográfico, muito usado para retratos. Gradualmente, através do avanço tecnológico, os fotógrafos passaram a documentar a paisagem urbana, através de processos como os negativos em vidro e fotografias em papel”, explica Sergio Burgi, curador da mostra e coordenador de fotografia do IMS.

As fotos revelam a memória de uma paisagem urbana e traços de uma arquitetura estruturada ainda na época colonial e desenvolvida com maior intensidade depois da chegada da família real portuguesa, em 1808. Já as fotografias da fase inicial da  República mostram as reformas urbanas do início do século 20, particularmente durante a administração do prefeito Pereira Passos (1902-1906), como a construção da Avenida Central (hoje Rio Branco), da Avenida Beira-Mar e as obras de melhoramento do porto do Rio de Janeiro.

“Esse período, que vai até a Revolução de 1930, é marcado pelo trabalho de Augusto Malta, que registrou toda a transformação urbana da cidade”, destaca Burgi. “Foi a época que ficou conhecida como a do 'bota-abaixo', seguida pelas reformas que levaram ao desmonte do Morro do Castelo. Esse período cria toda uma configuração da cidade, inclusive sua expansão em direção a Copacabana e a toda a zona sul”, comenta o curador.

Organizada em seis ambientes dispostos em ordem cronológica, a exposição também conta com recursos multimídia, incluindo dois mapas interativos, comandados por telas touchscreen e dois monitores com 75 fotos estereoscópicas, com visualização em 3D (tridimensional). As imagens digitalizadas e as ferramentas de visualização oferecem ao visitante a possibilidade de enxergar detalhes nas fotografias que não seriam facilmente vistos nos originais.

“É uma oportunidade de se ver toda uma produção de época, percorrer esse período de formação da cidade, que a fotografia acompanhou, e ao mesmo tempo ter uma imersão muito acentuada”, ressalta Sergio Burgi.

A abertura, hoje, foi para convidados. A partir deste domingo, a exposição fica aberta para o público, até 31 de dezembro, com entrada franca e visitação de terça-feira a domingo, das 11h às 20h. O IMS-RJ fica na Rua Marquês de São Vicente, 476, na Gávea.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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