A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) pediu às autoridades esforço no trabalho de apuração das circunstâncias da queda do avião que matou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki hoje à tarde.
Ele era o relator da Operação Lava Jato na Corte e se preparava para receber a homologação das delações da Odebrecht, considerada fase fundamental na investigação porque os relatos trariam muitas informações reveladoras.
O magistrado voltaria ao trabalho no começo de fevereiro e a expectativa é que Teori derrubasse o sigilo de centenas de depoimentos de executivos da empreiteira.
O presidente da Ajufe, Roberto Veloso, destacou também o pesar pela morte do ministro. No avião, mais duas pessoas também morreram e uma quarta estaria desaparecida.
"Teori trabalhava na fase final de homologação das delações feitas por executivos da Odebrecht. Havia grande expectativa de que ministro divulgasse a documentação até a primeira quinzena de fevereiro", divulgou nota da associação.
O ministro havia embarcado em São Paulo, no aeroporto do Campo Marte, e tinha destino a costa de Paraty (RJ). O avião modelo Beechcraft C90GT, prefixo PR-SOM, decolou às 13h01 (horário de Brasília). A queda aconteceu no litoral fluminense.
“Os juízes federais brasileiros estão consternados com a prematura morte do ministro Teori Zavascki. O Supremo Tribunal Federal e o Brasil perdem um magistrado culto, sério, honesto e cumpridor de seus deveres. Diante das altas responsabilidades a ele atribuídas, em especial a condução dos processos da Lava Jato no STF", disse Veloso,
Ele ainda completou. "É imprescindível a investigação das circunstâncias nas quais ocorreu a queda do avião em que viajava”, afirmou o presidente da Ajufe.
No Tribunal Regional Federal Região 3 (TRF-3), em Mato Grosso do Sul, o juiz Ronaldo José da Silva, da 1ª Turma Recursal, chegou a trabalhar como servidor na 4ª Região, quando o ministro era então desembargador e presidente.
"Tive contato profissional, acompanhando a sua administração como servidor. O ministro é tido por todos os juízes federais do Brasil como magistrado exemplar, íntegro, honesto e trabalhador. Foi um presidente de vanguarda na 4ª Região", comentou o magistrado.