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Disque 100 recebe mais denúncias de homofobia em quatro dias que em três anos

Disque 100 recebe mais denúncias de homofobia em quatro dias que em três anos

AGÊNCIA BRASIL

01/10/2014 - 23h00
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Em apenas quatro dias, o serviço telefônico Direitos Humanos – Disque 100 recebeu 6 mil denúncias de homofobia, em relação às declarações do candidato à Presidência da República Levy Fidelix (PRTB). O número de chamadas é maior que o registrado nos últimos três anos, segundo balanço da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR), que mantém o serviço.

Em 2011, foram 1.159 denúncias; em 2012, 3.031; e em 2013, 1.695. Ao todo, foram 5.885 casos nesses três anos. O primeiro semestre de 2014 mostrava que o número vinha diminuindo. Entre janeiro e junho, foram 537 casos relatados, 48,56% menos do que os 1.044 contabilizados no mesmo período do ano anterior.

Segundo a SDH, nos últimos anos, as denúncias foram motivadas por casos como violência física, violência psicológica, discriminação e negligência. Já todas as denúncias feitas entre domingo (28) e hoje (1º) foram relacionadas às declarações do candidato.

Após ser questionado pela candidata Luciana Genro (PSOL) sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em debate na TV Record, no último domingo, Levy Fidelix classificou a homossexualidade como distúrbio psicológico, comparou homossexuais a pedófilos e chegou a conclamar a sociedade a “enfrentar” lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros (LGBT). “Vamos ter coragem, nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria”, disse.

A Agência Brasil procurou discutir o aumento das denúncias com a SDH, mas a secretaria não se pronunciará institucionalmente sobre o caso, por causa das vedações eleitorais.

SEGURANÇA

EUA aperta o cerco contra traficante que usou MS para fugir

Lavagem de R$ 43,5 milhões coloca polícia dos Estados Unidos atrás de uruguaio que tem ligação com o PCC e atua em 6 países

11/12/2025 09h00

Marset apareceu recentemente em vídeo do PCC, feito na Bolívia

Marset apareceu recentemente em vídeo do PCC, feito na Bolívia Reprodução

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A polícia especializada em combate às drogas dos EUA, a Drug Enforcement Administration (DEA), confirmou que conduz uma investigação agressiva para tentar alcançar a organização criminosa vinculada ao uruguaio Sebastián Enrique Marset Cabrera, que estaria escondido na fronteira entre Mato Grosso do Sul, Paraguai e Bolívia. 

Houve a identificação que criminosos vinculados a Marset, de 29 anos, movimentaram pelo menos US$ 8 milhões (algo em torno de R$ 43,5 milhões) por meio de bancos nos Estados Unidos para lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas em atividades criminosas envolvendo Brasil, Bolívia, Paraguai, Bélgica, Holanda, Portugal, entre outros países.

Por conta do histórico de Marset usar a Bolívia como esconderijo, o governo do país vizinho, que teve liderança trocada, de Luís Arce (MAS), partido socialista, por Rodrigo Paz (PDC), partido à direita, anunciou no fim de novembro que pode permitir que a DEA volte a atuar em território boliviano. 

Além dos Estados Unidos, o vice-ministro de Defesa Social e Substâncias Controladas, Ernesto Justiniano, reconheceu que precisa atuar em conjunto com o Brasil e o Paraguai para combater o tráfico transnacional.
As investigações da DEA já realizadas identificaram US$ 17 milhões (R$ 92,4 milhões) vinculados ao uruguaio em um único carregamento de cocaína que seria encaminhado, provavelmente, para um país europeu. 

Essa apuração é referente a janeiro de 2021. Marset está foragido desde 2023 e existe suspeita de que seu esconderijo possa ser na Bolívia. 

Por conta dessa apuração da polícia estadunidense, há US$ 2 milhões (R$ 10,8 milhões) sendo oferecidos para quem repassar informações que levem à prisão dele.

O governo boliviano também tem uma recompensa de US$ 100 mil (mais de R$ 543 mil), oferecida desde 2023, quando o investigado conseguiu fugir de operação feita em Santa Cruz de la Sierra para tentar prendê-lo.

Depois da divulgação da recompensa e um incremento nas investigações no fim de maio deste ano, dentro da Bolívia passaram a ocorrer disputas entre grupos para comandar áreas conhecidas pela produção da coca, mas principalmente em territórios que são usados como rotas para distribuir a droga, incluindo trajetos que passam pelo território brasileiro, tanto na região de Mato Grosso do Sul como em Mato Grosso e em Rondônia. 

Essa disputa foi identificada por apuração do setor de inteligência da polícia Boliviana e divulgada em outubro.

Com relação a Marset, seu vínculo com o Brasil pode ainda ter conexão com negócios ilegais com o Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa que tem atuação em Mato Grosso do Sul e outros estados do Brasil, principalmente em São Paulo. 

Ele apareceu em vídeo divulgado na Bolívia, em outubro deste ano, em que está fortemente armado e com um cartaz que mencionava o PCC. O vídeo foi gravado para endereçar mensagem a possíveis rivais que estariam denunciando seu paradeiro.

“A DEA está conduzindo agressivamente uma investigação contra a organização criminosa ligada ao tráfico de drogas de Marset e reforça que qualquer pessoa que tenha informação sobre sua atuação, incluindo atividades de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, uso ou suspeita de uso de violência, ou pistas de seu paradeiro, pode contatar por meio do [email protected]. A identidade será mantida em total confidencialidade”, informou a DEA, por meio de nota, à qual o Correio do Estado teve acesso.

POLÍTICA NA BOLÍVIA

Na esteira de que as investigações contra a organização vinculada a Marset estão sendo incrementadas de forma global, o novo governo da Bolívia, que assumiu o Executivo em novembro, divulgou que vai buscar aliados para combater o narcotráfico. 

Conforme o vice-ministro Ernesto Justiniano, um dos desafios é levantar dados sobre a produção de coca, atualmente defasados, e eliminar os esquemas de produção de cocaína no país.

“Falta conhecer, cientificamente, os valores de conversão da coca e da cocaína. O que já temos, para terem uma ideia, é que entre 345 quilos a 340 quilos de folha de coca eram necessários para se produzir um quilo de cocaína em 2002. Hoje em dia, os valores mudaram. Precisam-se de 180 quilos de folha de coca, dados que temos como referência de 2019. São dados extraoficiais e que temos que fazer estudos”, detalhou Ernesto, em entrevista concedida à jornalista boliviana Maggy Tavalera, e divulgada em 29 de novembro.

Ele também pontuou que quer construir com o Brasil uma atuação conjunta para dificultar a produção de cocaína. Sem mencionar diretamente substâncias específicas, a fala do vice-ministro remete ao combate da exportação de substâncias que são usadas na produção do entorpecente. 

“Temos que trabalhar na causa e estou centrando meu trabalho não só localmente, mas em operações internacionais, debater com Brasil, Paraguai, países vizinhos. Minha ideia é que a Bolívia não produza cocaína. É central que o Brasil compreenda que é um ator principal na luta contra o narcotráfico. Temos que ter o controle migratório, o uso de satélites, as forças de segurança, mas, principalmente, uma atuação para prevenir que a coca seja transformada em cocaína”, defendeu.

Ainda não foi divulgado oficialmente uma agenda binacional conjunta entre os países, mas já existe um trabalho no Brasil, na fronteira com Corumbá, para aumentar a fiscalização sobre a exportação de substâncias usadas para produzir cocaína. 

A fronteira de Mato Grosso do Sul representa o maior porto seco de negociações com a Bolívia. Desde 2021, uma série de apreensões de acetato de etila já foi realizada. Essa química é usada para refino da cocaína e a perícia da Polícia Federal já identificou que 87% da droga apreendida no Brasil é feita a partir desse solvente.,

Saiba

Investigações apontam que o traficante uruguaio Sebastián Enrique Marset Cabrera teria fugido da justiça pela fronteira de Mato Grosso do Sul com a Bolívia. Ele chegou a comprar um time de futebol no país vizinho, onde atuava como jogador brasileiro, com o uso de documentos falsos.

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Clima

Ciclone extratropical deixa MS em alerta para vendaval de até 100 km/h

Mesmo com o céu limpo nesta quarta, as chuvas devem voltar amanhã e seguir até a próxima semana em Campo Grande

10/12/2025 17h15

40 municípios de MS estão em alerta para ventos fortes até esta quinta-feira

40 municípios de MS estão em alerta para ventos fortes até esta quinta-feira FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Um ciclone extratropical que avança pela região Sul do Brasil tem impactado no clima de vários estados brasileiros, inclusive Mato Grosso do Sul. 

As condições fizeram com que o Instituto Nacional de Meteorologia emitisse um alerta laranja (perigo) para vendaval em 40 municípios sul-mato-grossenses válido desde a manhã de hoje até o final da noite de quinta (11)

O alerta avisa sobre o risco de fortes rajadas de ventos que podem variar entre 60 e 100 km/h, aumentando o risco de queda de árvores, destelhamentos de casas e danos gerais em edificações e plantações. 

Os efeitos do ciclone já puderam ser sentidos em Mato Grosso do Sul no início da semana, quando Campo Grande registrou 86 milímetros em 24 horas, entre segunda-feira (8) e terça-feira (9). 

Mesmo com a trégua nas chuvas durante a quarta-feira (10), trazendo céu limpo e temperaturas altas, as precipitações prometem retornar na quinta-feira (11) e persistir até a próxima semana, devido a atuação de uma área de baixa pressão atmosférica, segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec). 

Estão em alerta para fortes ventos até o final de quinta-feira os municípios da região leste e sudoeste:

  • Amambai
  • Anaurilândia
  • Angélica
  • Aparecida do Taboado
  • Aral Moreira
  • Bataguassu
  • Batayporã
  • Brasilândia
  • Caarapó
  • Coronel Sapucaia
  • Deodápolis
  • Douradina
  • Dourados
  • Eldorado
  • Fátima do Sul
  • Glória de Dourados
  • Iguatemi
  • Itaporã
  • Itaquiraí
  • Ivinhema
  • Japorã
  • Jateí
  • Juti
  • Laguna Carapã
  • Mundo Novo
  • Naviraí
  • Nova Alvorada do Sul
  • Nova Andradina
  • Novo Horizonte do Sul
  • Paranhos
  • Ponta Porã
  • Ribas do Rio Pardo
  • Rio Brilhante
  • Santa Rita do Pardo
  • Selvíria
  • Sete Quedas
  • Tacuru
  • Taquarussu
  • Três Lagoas
  • Vicentina

O Ciclone

Segundo o meteorologista do Metsul, Luiz Fernando Nachtigall, um centro de baixa pressão extremamente profundo, não costumeiro para a região, com valores de pressão atmosférica observados em ciclones tropicais no Hemisfério Norte e em ciclones extratropicais poderosos mais ao Sul do continente, vem avançando no Sul brasileiro. 

O fenômeno foi formado pela combinação da atmosfera extremamente aquecida, com valores ao redor e acima de 40ºC, associada a baixos valores de pressão atmosférica. 

A região sul é a mais afetada com as tempestades, mas os efeitos também podem ser sentidos nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. 

A expectativa é que o centro do ciclone alcance o mar no litoral do Rio Grande do Sul entre a madrugada e a manhã de quarta-feira. Depois disso, ele deve seguir para alto-mar, se afastando gradualmente do Brasil ao longo da quinta-feira (11).

Mesmo em afastamento, o sistema continuará alimentando ventos fortes e mar agitado nas áreas costeiras do Sul.

Com o afastamento do ciclone, o tempo deve estabilizar gradualmente no Sul a partir de quinta (11), enquanto o Sudeste deve seguir com instabilidade pontual e temperaturas mais amenas. No Centro-Oeste, o calor retorna, mas com pancadas isoladas.
 

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