Um homem que fez um funcionário de um hotel refém desde a manhã desta segunda-feira no Setor Hoteleiro Sul, região central de Brasília, se entregou à polícia após sete horas.
Por volta das 16h, Jac Souza dos Santos e a vítima saíram à sacada do hotel, já sem o colete e minutos depois, o sequestrador se entregou. ele será encaminhado para a 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal.
Afirmando ser um terrorista, o sequestrador colocou um colete com supostos explosivos na vítima e ameaça detoná-los no hotel St. Peter, ameaçando ainda o funcionário do hotel com uma pistola.
Três homens da Polícia Civil tentam negociar a rendição do sequestrador, que, pedia a aplicação imediata da lei ficha limpa e extradição de Cesare Battisti.
O sequestrador deu um prazo até às 18 horas para aceitarem as exigências, aparentou nervosismo em alguns momentos, e jogava algo que parecia ser uma bolinha de papel em uma das vezes que saiu na sacada.
O homem, que se hospedou no St. Peter às 6 horas desta segunda-feira, estava em um quarto do 13º andar do hotel e leva o refém com frequência para a sacada. O funcionário, que aparenta ter cerca de 60 anos, mostra as algemas para fotógrafos e cinegrafistas que estão em frente ao prédio.
“Se for, é uma quantidade grande de explosivo, que poderia causar danos à estrutura do hotel”, dizia o delegado Paulo Henrique Almeida, diretor de Comunicação da polícia, sobre os explosivos. Os negociadores tentam convencer o sequestrador que sua integridade física será garantida caso ele se entregue.
Policiais encontraram no Tocantins uma carta de despedida escrita pelo sequestrador há três dias na qual pede desculpas para a família e amigos. Ele avisa, no texto, que cometerá um ato desesperado porque quer mudar o panorama político do Brasil. Afirma ainda que "depois da tempestade vem a bonança".
Os hóspedes do St. Peter foram comunicados por volta de 9h30 que deveriam evacuar o hotel. “Por volta de 9h30 eu estava no quarto e pediram para sair rápido por causa de um vazamento de gás. (…) No térreo que ficamos sabendo que um sujeito fez refém uma camareira e que um mensageiro do hotel teria se colocado no lugar”, relatou o médico Yoshio Asanuma, que participava de um congresso de cardiologia no hotel.
O hotel St. Peter é o estabelecimento que ofereceu emprego ao ex-ministro José Dirceu em 2013, com um salário de R$ 20 mil. Dirceu, condenado no processo do mensalão, está preso no Complexo da Papuda, em Brasília. Na época, a TV Globo denunciou que o hotel era presidido por um "laranja": José Ritter, que mora em um bairro pobre do Panamá.