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Como a ciência explica mulher grávida de quadrigêmeos aos 65 anos

Como a ciência explica mulher grávida de quadrigêmeos aos 65 anos

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Annegret Raunigk está com 65 anos e prestes a dar à luz quatro bebês. A professora primária alemã está na 21ª semana de gravidez e diz estar se sentindo bastante 'saudável'.

Se a gravidez seguir conforme o esperado, Raunigk será considerada a mulher mais velha a dar à luz quadrigémeos – ela não será, porém, a mulher mais velha a dar à luz, já que esse "recorde" pertence a Maria del Carmen Bousada Lara, que teve gêmeos na Espanha em 2006 aos 66 anos. Alguns ainda dizem que o recorde de 'mãe mais velha do mundo' é de Omkari Panwar – acredita-se que ela tinha 70 anos quando deu à luz gêmeos na Índia em 2008.

Mas como essas gravidezes "de 3ª idade" são possíveis? Entenda os fatores que explicam esses casos:

Óvulos doados
Mulheres que já estão na menopausa não conseguirão mais ficar grávidas sem ajuda médica.

Elas precisarão usar óvulos de uma doadora – ou os próprios óvulos dela congelados – para poderem engravidar. Para mulheres, a fertilidade diminui com a idade, em um ritmo relativamente rápido a partir dos 35 anos – isso varia um pouco de mulher para mulher. Mas tudo depende dos óvulos.

Mulheres já nascem com todos os óvulos que elas terão na vida e, depois do período da puberdade, elas começam a perder um a um, na menstruação.

Quando elas chegam aos 40 anos, a quantidade de óvulos de boa qualidade é cada vez menor.

Hormônios
Antes de receber um óvulo fertilizado de uma doadora, os médicos precisarão confirmar se o útero da mulher está pronto para a tarefa.

As mulheres, nesse caso, podem ser submetidas a uma terapia de estrogênio, para engrossar o revestimento do útero e preparar o ambiente para o embrião.

Uma vez que o óvulo fertilizado é colocado no útero, a mulher precisará tomar mais hormônios para sustentar a gravidez – diferente de mulheres mais jovens, que têm os ovários em pleno funcionamento, as mais velhas não conseguem produzir todos os hormônios de que vão precisar.

A especialista em fertilização do Centro de Fertilização da Mulher de Birmingham, Sue Avery, explica que "o processo é o mesmo utilizado para uma mulher mais jovem que, por alguma razão, precisou retirar os ovários."

Acompanhamento de perto
Segundo ela, "futuras mamães" que são mais velhas vão precisar de um acompanhamento especial e cuidadoso, porque elas correm mais riscos de ter complicações relacionadas à gravidez, como por exemplo pressão alta ou diabetes gestacional.

No entanto, quando o óvulo vem de uma doadora jovem, isso pode mudar algumas coisas. "Apesar de a grávida ser mais velha, o fato de os óvulos virem de uma mulher jovem faz com que a gravidez seja como a de uma mulher mais jovem, porque tudo tem a ver com hormônios", explica a especialista.

Mulheres mais velhas que engravidam por fertilização precisam fazer acompanhamento cuidadoso da gestação

Um estudo nos Estados Unidos feito com 101 grávidas mais velhas descobriu que o risco de complicações na gravidez para mulheres acima de 50 anos que engravidaram por doação de óvulos era parecido com o risco de mulheres mais novas que engravidaram dessa maneira.

Acima de tudo, isso está ligado ao estado físico da mãe, e não apenas com a idade dela.

Na verdade, o maior fator de risco no caso da gravidez de Raunigks é o número de bebês que ela está carregando, segundo Avery.

Gravidez múltipla – gêmeos, trigêmeos, quadrigêmeos ou mais – são sempre consideradas de maior risco por médicos. Esse tipo de gestação aumenta a possibilidade de parto prematuro, os bebês tem mais chances de nascerem com peso abaixo do normal, e há mais riscos de complicações para a mãe, incluindo pressão alta e pré-eclâmpsia.

Cesária
Grávida de quatro bebês, é muito pouco provável que Raunigk, aos 65 anos, consiga ter parto normal e, provavelmente, ela dará à luz com uma cesariana.

A alemã já é mãe de outras 13 crianças – a mais nova nasceu dez anos atrás.

O médico dela, Kai Hertwig, disse à TV alemã RTL que gestações de quadrigêmeos costumam ser mais tensas, mas garantiu que tudo está indo muito bem para a paciente.

Após o nascimento
Nos primeiros meses, como é o caso com a maioria das mães, Raunigk terá de enfrentar o desafio de conviver com muito cansaço, poucas horas de sono e muitos "cochilos".

Por causa da sua idade, ela não poderá amamentar os quatro novos bebês que vêm por aí.

Após o nascimento dos bebês, Raunigk precisará de fôlego para educar quatro crianças aos 65 anos

Depois, será preciso planejar o futuro deles.

"Se ela tem quatro filhos aos 65 anos, ela logo vai precisar correr atrás de quatro crianças. Boa sorte para ela!", deseja Sue Avery.

"Mesmo se você está extremamente saudável e em forma, você não tem a mesma energia aos 45 que tinha aos 25. Não vamos nem falar aos 65."

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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CORONAVÍRUS

Atraso da vacina atualizada da Covid atrai críticas de fora da política ao governo Lula

No início da semana, a pasta atribuiu a demora na compra das vacinas ao processo de compra

19/04/2024 16h00

Integrantes da comunidade científica, profissionais de saúde, entre outros grupos, lançaram nesta semana um abaixo-assinado cobrando do Ministério da Saúde a entrega das vacinas preparadas para novas variantes. Myke Sena / Ministério da Saúde

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O atraso na compra da vacina atualizada da Covid tornou o governo Lula (PT) alvo de críticas que extrapolam o campo da política e grupos como o centrão.

Integrantes da comunidade científica, profissionais de saúde, entre outros grupos, lançaram nesta semana um abaixo-assinado cobrando do Ministério da Saúde a entrega das vacinas preparadas para novas variantes e mais medidas para fortalecer o combate à doença que matou ao menos 3.012 pessoas em 2024 —cerca do dobro das 1.544 mortes confirmadas por dengue no mesmo período.

"É inadmissível o total abandono que estamos vivendo em um país reconhecido mundialmente por nossas campanhas de vacinação e por um governo eleito com esta pauta", afirma o texto publicado no site "Qual Máscara?", que reúne informações sobre o combate ao novo coronavírus.

Procurada nesta sexta-feira (19), a Saúde não se manifestou sobre as críticas. No início da semana, a pasta atribuiu a demora na compra das vacinas ao processo de compra e afirma que faz o possível para agilizar o contrato.

O documento recebeu originalmente 15 assinaturas. Mais de 1.780 pessoas aderiram à carta após o texto ser divulgado nas redes sociais.

A conduta negacionista de Jair Bolsonaro (PL) na pandemia e o desdém do ex-presidente pelas vacinas foram fortemente explorados por Lula na campanha eleitoral de 2024. A falta de novas doses, agora, levanta críticas à gestão petista.

Em fevereiro, a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, afirmou no X que a vacina adaptada à variante XBB chegaria ao Brasil no mês seguinte. Em março, a ministra Nísia Trindade prometeu começar a vacinar grupos prioritários em abril.

O imunizante, porém, ainda não foi comprado, o que fez a Saúde adiar o começo da campanha de imunização da Covid-19.

Integrantes da Saúde esperam fechar nesta sexta-feira (19) a compra da vacina da Moderna. O Departamento de Logística da pasta já deu aval para adquirir 12,5 milhões de doses, por R$ 725 milhões.

A ideia do ministério é que um primeiro lote chegue ao Brasil em cerca de uma semana. Como é preciso distribuir os imunizantes aos estados e municípios, a nova projeção é de começar a campanha em maio.

"Vai haver uma necessidade anual de atualização [das doses]. O Brasil é que dormiu no ponto, não comprou as vacinas", afirma Monica De Bolle, professora de economia na Universidade Johns Hopkins e mestre em Imunologia e Microbiologia pela Universidade de Georgetown. Ela também assina a carta publicada no site "Qual Máscara?".

De Bolle diz que a vacina bivalente, última ofertada pelo SUS, já está desatualizada e não protege corretamente contra as formas predominantes da Covid-19.

"A bivalente tem dois pedaços da proteína Spike, que é a de superfície do vírus, a principal, que conecta o vírus às nossas células. Essa vacina tinha a versão original da Spike, ainda do vírus que emergiu de Wuhan, e mais uma versão da Spike de uma variante da Ômicron que não está mais em circulação", explica. "Como nem o vírus original de Wuhan nem essa variante específica estão em circulação, a bivalente é uma vacina que não adianta muita coisa."

A Anvisa aprovou há quatro meses o uso no Brasil da vacina da Pfizer para a variante XBB. Em março, concedeu o mesmo aval para o imunizante da Moderna.

O ministério afirma que planejava uma compra de imunizantes no meio de 2023, mas aguardou estas novas versões surgirem no mercado. A Saúde abriu um processo de compra emergencial das 12,5 milhões de doses após o aval dado à Pfizer.

O período de lances para a proposta de contrato da vacina começou em 8 de março. Participaram da disputa Pfizer e Moderna, que apresentou menor preço. Mais de um mês depois, ainda não há desfecho da compra. A Saúde espera anunciar a contratação nesta sexta, e atribui o atraso aos recursos apresentados na inédita disputa de duas empresas por um contrato de vacina do SUS.

A carta direcionada à Saúde, publicada no site "Qual Máscara?", também reclama da entrega de doses desatualizadas às crianças.

"Ainda em 2023, as crianças ficaram privadas da dose atualizada da versão infantil da vacina bivalente, tendo de contar apenas com as vacinas produzidas para as cepas originais, que não estão mais em circulação. A vacina mais atual, desenvolvida contra a variante XBB, está disponível para o público do hemisfério norte desde setembro de 2023, com dose de reforço já liberada para a vacinação de idosos nos Estados Unidos desde fevereiro de 2024", diz o texto.

O mesmo documento mostra preocupação com o número de doses da compra emergencial, que não cobre nem sequer grupos prioritários, também aponta falta de dados confiáveis sobre a doença e baixa testagem no Brasil.

A Saúde afirma que também fará outra compra regular de vacinas —o plano da pasta é adquirir cerca de 70 milhões de imunizantes neste ano.

"Países como os Estados Unidos, Dinamarca, Japão, Chile e Paraguai já vacinam a população desde o segundo semestre de 2023 [com doses preparadas para a XBB]. O Ministério alega que as vacinas bivalentes protegem igualmente (o que não é verdade), mas cidades como o Rio de Janeiro sinalizam a falta completa de estoque de vacinas bivalentes para Covid", afirma ainda o grupo, na carta direcionada à Saúde.

Nas redes sociais, o divulgador científico Atila Lamarino também questionou a estratégia do governo Lula sobre a Covid. "Com tantos sinais conflitantes, queria entender qual estratégia pretendem seguir e o porquê", disse em publicação no X.

Questionada sobre críticas que a atual gestão pode receber pela falta de doses no início da semana, Ethel Maciel disse que o ministério fez todo o possível para acelerar o contrato.

"A gente depende da aprovação da Anvisa [do registro da vacina atualizada], que aconteceu em dezembro. A gente iniciou a compra, que está acontecendo agora. Tivemos essa questão do pregão, com duas concorrentes. Do ponto de vista do Ministério da Saúde, tudo o que poderia ser feito para que o processo fosse o mais célere possível, foi feito", disse a secretária.

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