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Comissão da verdade divulga arquivos históricos sobre financiamento de campanha

Comissão da verdade divulga arquivos históricos sobre financiamento de campanha

AGÊNCIA BRASIL

26/08/2016 - 22h00
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Os arquivos inéditos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada em 1963 pelo Congresso Nacional para investigar o uso de recursos internacionais no financiamento de candidaturas de oposição ao então presidente da República João Goulart estão disponíveis para consulta na internet a partir de hoje (26).

O lançamento do projeto que torna pública a investigação do caso ocorreu nesta sexta-feira, no Recife, pela Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara. Além de disponibilizar toda a documentação na internet, a organização lançou o quinto caderno da Memória e da Verdade com o título Interferênca do Capital Estrangeiro nas Eleições do Brasil, onde compila os 17 volumes da CPI.

A investigação do Congresso Nacional tratou do financiamento, em escala nacional pelo Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad), de candidatos ao parlamento e ao governo de Pernambuco nas eleições de 1962, as últimas antes do golpe civil-militar de 1964. Apesar de não ser alvo da CPI, o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes) também foi apontado como financiador das campanhas de políticos de oposição à esquerda e a Goulart.

De acordo com a Comissão Estadual da Verdade, os recursos disponibilizados pelo Ibad – uma organização da sociedade civil – aos candidatos tinham origem nos Estados Unidos. “A atuação do Ibad e do Ipes era financiada por empresas multinacionais, coordenada pelo governo norteamericano”, afirma Henrique Mariano, secretário-geral da comissão. Os dirigentes da entidade, ainda de acordo com a comissão, trabalhavam como agentes da Agência Central de Inteligência (CIA).

O caderno traz ainda a tese de que o financiamento das campanhas fazia parte dos planos traçados para depor o então presidente da República, João Goulart, fato que se concretizou dois anos depois com o golpe. “O valor histórico desse documento também comprova que o golpe militar ocorrido em março de 1964 não foi um ato isolado, foi pensando, financiado, e a atuação desse grupo do Ibad vem desde 1961. Então, desde que houve a ascensão do presidente João Goulart esse golpe já estava sendo gestado por muitos segmentos”, defende Mariano.

Miguel Arraes

O então relator da CPI, deputado federal Pedro Aleixo (UDN), apresentou relatório denunciando os financiamentos estrangeiros e apontando para a necessidade de se dar continuidade às investigações. Essse relatório também foi publicado na íntegra no caderno. Com o golpe de 1964, no entanto, o caso nunca chegou a ser votado no Congresso e a CPI foi desmobilizada.

O então governador de Pernambuco, Miguel Arraes, foi um dos depoentes que denunciaram a interferência do capital estrangeiro nas eleições. À época, ele apresentou documentos que comprovariam a atuação do Ibad no financiamento de seu adversário na campanha, João Cleofas de Oliveira, do Partido Republicano. O apoio da instituição não foi suficiente para vencer Arraes, que sagrou-se governador em 1962. O depoimento do político também consta na íntegra na publicação.

Presente no lançamento, o governador Paulo Câmara disse que o livro mostra a atuação de Arraes em defesa do Estado democrático. “Com certeza é uma contribuição para a nossa democracia, e para mostrar o trabalho de grandes brasileiros, como o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, que lutaram muito por democracia e tiveram direitos políticos cassados. Hoje a gente faz uma justa homenagem a ele por tudo o que ele fez e representou pra a democracia”.

Os documentos da CPI foram entregues à comissão estadual da verdade em 2014 pelos deputados federais Pedro Eugênio (PT) – já falecido – e Luiza Erundina (PSB). Até então eles permaneciam inéditos e, segundo Henrique Mariano, secretário-geral da comissão, “configurados quase como um segredo de estado”.

Herói da pátria

No lançamento do caderno também foi assinado um Projeto de Lei para incluir Miguel Arraes no Livro dos Heróis da Pátria. A iniciativa da inclusão é da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Hélder Câmara e da bancada federal de Pernambuco. O ato desta sexta-feira integra as comemorações do Centenário de Arraes.

O político, de conduta progressista e aliado histórico da esquerda, foi governador de Pernambuco em 1962 até o golpe de 64, quando foi preso por se negar a renunciar ao cargo. Libertado em maio de 1965 por força de um habeas corpus, ficou exilado no Chile e na Argélia até 1979. Ao retornar, voltou à vida pública como deputado federal e ainda governador do estado por duas vezes. Arraes morreu em agosto de 2005.

O Livro dos Heróis da Pátria integra o acervo do Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, localizado em Brasília. Trata-se de um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer, inaugurado em 1986. Entre os personagens do livro estão Tiradentes, Santos Dumont e Leonel Brizola.

Dia do exército

Riedel, secretários e policiais recebem honrarias nos 376 anos do Exército

Cerca de mil militares das Forças Armadas participaram de solenidade no CMO

19/04/2024 13h00

Marcha e desfile de militares do Exército Brasileiro MARCELO VICTOR

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Cerca de mil militares das Forças Armadas comemoraram os 376 anos do Exército Brasileiro (EB), na manhã desta sexta-feira (19), em solenidade realizada no Comando Militar do Oeste (CMO), localizado na avenida Duque de Caxias, em Campo Grande.

Homens e mulheres fardados, de 13 grupamentos/batalhões, marcharam e desfilaram em alusão ao Dia do Exército, comemorado anualmente em 19 de abril.

Durante a solenidade, foram entregues medalhas, diplomas, certificados e honrarias militares ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB); comandante-geral da Polícia Militar (PMMS), Renato dos Anjos; comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar (CBMMS), Frederico Reis; secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Antônio Carlos Videira; presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul); entre outras autoridades.

Os convidados foram homenageados em reconhecimento aos serviços que contribuíram para progresso, defesa e segurança de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o governador do Estado, Eduardo Riedel, a parceria entre o governo de MS e EB garante ganhos na infraestrutura, sociedade e segurança pública.

“Estou muito honrado de receber uma homenagem do Exército Brasileiro, é uma instituição que orgulha a todos nós. E para o Mato Grosso do Sul, é fundamental, um estado que faz fronteira com dois países, faz divisa com mais outros cinco estados da federação e a sede do Comando Militar do Oeste é aqui no estado de MS. É uma parceria extremamente efetiva, diante de todas as situações que nós temos no estado, o Exército Brasileiro traz ao estado tranquilidade e parceria grandes em diversas áreas, social, infraestrutura, segurança pública. E a gente fica muito honrado em receber essa homenagem aqui hoje”, disse o governador de MS, em coletiva de imprensa.

Segundo o general de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha, a missão do EB é a de contribuir para a garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, salvaguardando os interesses nacionais e cooperando com o desenvolvimento nacional e o bem-estar social.

“São 376 anos de dedicação à Pátria, ao nosso povo, ao nosso Brasil, trabalhando dentro dos nossos princípios de disciplina, hierarquia, valores e ética. Nosso papel é a garantia dos direitos constituídos, a defesa da Pátria, colaborar para o desenvolvimento nacional e estar junto a sociedade, tornando esse Brasil cada vez maior”, ressaltou o general.

O Dia do Exército Brasileiro é comemorado anualmente em 19 de abril, data que relembra o aniversário da Batalha de Guararapes, travada em 1648, quando brasileiros de diversas origens se uniram pela primeira vez em defesa do território contra o domínio holandês.

Neste dia, são realizadas diversas atividades para celebrar e reconhecer o trabalho e a importância do Exército na defesa da nação e na manutenção da ordem e segurança interna.

OPERAÇÃO DA PF

Fraude em ponto eletrônico da saúde na Prefeitura de Corumbá gera prejuízo de R$ 6 milhões

Polícia Federal deflagrou operação para combater crime e identificou servidor que ficava 5 minutos no expediente

19/04/2024 12h30

Polícia Federal deflagrou operação contra fraude do ponto em Corumbá Foto: Divulgação

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Esculápio nesta sexta-feira (19) para combater prejuízo milionário que servidores da saúde em corumbá estavam causando no serviço público com fraudes em ponto eletrônico.

Segundo as investigações, 11 servidores públicos da área de saúde da Prefeitura de Corumbá reiteradamente fraudavam seus pontos eletrônicos, não cumprindo a carga horária contratada, mas recebendo o salário integral. 

Ao longo da investigação, a Polícia Federal em Corumbá identificou que houve casos em que a permanência do profissional na unidade de saúde do Centro Municipal de Especialidade Odontológica (CEO) foi de apenas 5 minutos. O foco da operação nesta sexta-feira foi concentrado nessa unidade especializada, que fica no bairro Universitário.

Além do prejuízo indireto causado pelo retardamento no atendimento à população local, estima-se que o prejuízo direto aos cofres seja da ordem de R$ 6.000.000,00.

Esse cálculo foi obtido a partir da apuração dos salários pagos aos profissionais de saúde em valor integral, porém sem que eles cumprissem a carga horária. A Polícia Federal não detalhou há quanto tempo essa fraude vinha sendo praticada e como houve a denúncia.

Na ação, cujos mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá, foram sequestrados bens móveis avaliados em R$ 1.500.00,00 e bens imóveis avaliados em R$ 5.000.000,00 dos servidores públicos.

Dentro do Centro Municipal de Especialidade Odontológica trabalham principalmente dentistas e os serviços prestados são de cirurgia, endodontia, prótese dentária, radiologia, periodontia e odontopediatria. Os investigados poderão responder por estelionato, peculato e peculato eletrônico.

A Prefeitura de Corumbá divulgou nota e sugeriu que não foi a responsável pela denúncia. Conforme apurado, o governo municipal não teria conhecimento oficial dessa fraude até que ocorresse a operação.

"Com relação a Operação Esculápio, realizada nesta sexta-feira, pela Polícia Federal, a Prefeitura de Corumbá esclarece que não foi alvo da ação e que até o momento não foi formalmente informada sobre o teor das investigações. A Secretaria Municipal de Saúde está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for necessário", divulgou.

Ainda não há confirmação se os servidores investigados pela Polícia Federal também vão passar por processo administrativo.

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