Depois de registrar dois recuos que interromperam um período de três meses de crescimento no sistema Cantareira, o nível do reservatório se manteve estável neste domingo (3). Na quinta (30) e no sábado (2), o Cantareira teve queda de 0,1 ponto percentual. Esses foram os primeiros recuos no reservatório desde 1º de fevereiro, quando o nível do sistema recuou de 3,9% para 3,8%.
De acordo com balanço da Sabesp, o Cantareira, o maior manancial que atende a região metropolitana de São Paulo, opera com 15,3% de sua capacidade.
O Cantareira abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.
O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas).
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Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água. Essa é uma das três metodologias que a Sabesp usa atualmente para divulgar o volume do reservatório.
Quedas no nível do Cantareira já eram esperadas pelo governo do Estado e pela Sabesp desde o início de abril (mês que marca o fim da temporada de chuvas no Sudeste). A tendência é que, com algumas flutuações, o nível do sistema continue a cair até outubro, quando começa o período chuvoso.
Em abril, a chuva no Cantareira foi a metade da esperada para o mês. O reservatório só conseguiu se manter sem quedas até o fim do mês porque encostas e lençol freático estavam encharcados pelas chuvas de fevereiro e março e, assim, foram capazes de dar água às represas.
A escassez de água levou o governo Alckmin (PSDB) a antecipar a programação de obras previstas para 2035. A prioridade é construir adutoras que levem água a áreas atendidas pelo Cantareira, o maior sistema da Grande SP, que está em situação crítica desde 2014.