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Back2Black consagra Planet Hemp e revela ao Brasil a força de Stromae

Back2Black consagra Planet Hemp e revela ao Brasil a força de Stromae

FOLHAPRESS

24/03/2015 - 07h00
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A sexta edição do festival Back2Black, a segunda consecutiva montada na área externa da Cidade da Música, na Barra (Rio), teve duas noites de pegadas bem diferentes.

Na sexta (20), um evento praticamente dedicado a reggae e maconha, que marcou sua presença na noite de vento suave e constante no vão sob o grande prédio (palestras e filmes eram exibidos no primeiro andar, mas os dois palcos do B2B foram armados no térreo).

Linton Kwesi Johnson, jamaicano sexagenário que é o grande poeta do dub, abriu a noite ainda com pouco público para seus versos poderosos, como em "Sonny's Lettah", uma carta que um filho preso envia à mãe. Um show que impressionou mais por sua presença.

Neste mesmo palco, o principal, Damian "Jr. Gong" Marley fecharia a noite diante de uma plateia bem jovem, que aguentou até tarde para conferir o filho de Bob Marley. Menos carismático que o irmão Ziggy, ele mostrou um set feito para colocar a moçada para dançar.

Mas, entre esses dois momentos de Jamaica, houve uma celebração musical que só o público carioca consegue exibir quando quem está tocando é o Planet Hemp.

O grupo de Marcelo D2 e BNegão, diante de 6.000 pessoas, soltaram logo de cara "Legalize Já", seu sucesso e declaração de intenções de 1995, seguido de outras músicas de seu disco de estreia, "Usuário".

O público pulou sem parar, a "cortina de fumaça" foi visível e algumas "rodas" chegaram a ser iniciadas, mas a razoável de público "família" do festival parece ter inibido os empurrões tradicionais dos fãs do Planet Hemp.

Depois do êxtase provocado pelos heróis locais, atrações como a curitibana Karol Cinká e o show de danças entre os brasileiros do Dream Team do Passinho e os angolanos bailarinos de kuduro viraram um "descansa" para quem encarou a madrugada.

Se o primeiro dia veio forte com essa "conexão hemp", o segundo foi o dia da variedade. E do belga Stromae, o mais aguardada entre a faixa jovem das 4.000 pessoas que pagaram ingresso.

Duas cantoras fizeram shows empolgantes: a jovem Aline Frazão, de Angola, que dividiu o palco menor com Toty Sa'med (Angola) e Natasha Llerena (Brasil), e a veterana Angelique Kidjo, de Benim, já conhecida dos brasileiros. Entre outras visitas, esteve no último Rock in Rio.

A abertura do palco principal, com Lenine cantando com a Orkestra Rumpilezz, de Letieres Leite, teve momentos de acertos e alguns deslizes. Separados, sempre dão grandes shows. Mas a voz do pernambucano às vezes foi soterrado pela percussão e metais que compõem a orquestra baiana. No final, o público aprovou a mistura com entusiasmo.

O show criado para homenagear compositores negros cariocas teve desempenhos irregulares. Quem cuidou de cantar os covers e se deu bem: Alcione, Xande de Pilares, Mart'nália e a portuguesa Raquel Tavares, que troca o fado pelo samba com grande desenvoltura.

Fernanda Abreu fez mais do mesmo, com "Aquarela Brasileira", e Gabriel Moura se mostrou um equívoco de escalação, estragando alguns clássicos da música popular. Na soma geral, tudo ficou meio com cara de show para turista. Apesar dos talentos reunidos, foi um tanto frio para o público carioca.

Mas a noite esquentou com Stromae mesclando rap em francês com batidas eletrônicas e uma bela performance diante de um telão de grafismos que prendiam a atenção. Dá para entender porque ele tomou o primeiro lugar de várias paradas da Europa. Aos 30 anos, Paul van Haver (seu nome verdadeiro) é um artista que merece ser acompanhado.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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