Duas pessoas, um policial e um militante, morreram e outras dez ficaram feridas neste domingo (22) após uma explosão ocorrida durante a marcha patriótica na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia.
Segundo assessores do conselho de segurança, autoridades ucranianas detiveram um número indeterminado de suspeitos.
A explosão aconteceu no início da passeata, a cerca de cem metros do Palácio dos Esportes, onde tinha começado a manifestação, segundo um porta-voz das forças da segurança citado pela agência local "Interfax Ukraini".
Segundo testemunhas, o artefato foi jogado de um carro que passava próximo à multidão. "A polícia acredita que se trate de um atentado terrorista", disse o Ministério do Interior em um comunicado publicado em seu site.
A passeata deve confluir com outra coluna de manifestantes na praça da Constituição de Kharkiv, onde se realizará uma missa pelos soldados e voluntários ucranianos caídos durante a operação militar realizada por Kiev nas vizinhas regiões pró-Rússia de Donetsk e Lugansk.
O atentado coincidiu com o início em Kiev da chamada Marcha da Dignidade para comemorar o triunfo da revolução e a chegada ao poder das novas autoridades pró-Ocidente.
Em 22 de fevereiro de 2014, o parlamento da Ucrânia destituiu Yanukovich, que na madrugada anterior tinha fugido de Kiev depois que os setores mais radicais da oposição não aceitaram o acordo de compromisso que tinha assinado um dia antes, e que contemplava, entre outras coisas, eleições antecipadas.
Kharkiv, cidade com quase 1,5 milhão de habitantes, se transformou em meados de abril do ano passado em palco de manifestações pró-Rússia ao mesmo tempo em que as capitais das regiões vizinhas de Donetsk e Lugansk.
Embora os rebeles pró-Rússia tenham conseguido então tomar alguns edifícios públicos na cidade, a contundência das forças da ordem ucranianas e a reticência da população a somar-se à rebelião evitaram que Kharkiv tivesse o mesmo destino que os territórios vizinhos, desgarrados desde então por uma sangrenta guerra.