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'Apenas perdedores precisam pagar anúncios', diz publicitário sueco

'Apenas perdedores precisam pagar anúncios', diz publicitário sueco

FOLHAPRESS

30/09/2016 - 23h00
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O marketing no futuro será como sexo, apenas perdedores precisarão pagar. A frase do publicitário Jon Bond publicada em 2010 pela revista americana "Fast Company" é uma profecia que já se tornou realidade. De acordo com o especialista em publicidade Anders Sjöstedt, "se a sua ideia é interessante o suficiente, não precisa pagar pelo marketing."

Sjöstedt fala com a experiência de quem sabe como o mercado funciona tanto na teoria quanto na prática.

Ele é cofundador da Minc, uma das principais incubadoras de negócios da Europa, fundou a operação americana da conceituada escola sueca de negócios digitais Hyper Island, é dono da empresa de beleza Martinsson King e de uma pousada na Espanha.

Em sua palestra no youPIX CON, evento sobre cultura digital ocorrido na quarta (28), o sueco falou sobre como a tecnologia mudou o funcionamento do mercado e a definição de valor, e por que é preciso entender isso para se tornar indispensável em um mundo cada vez mais efêmero.

MUDANÇA

A apresentação de Sjöstedt começou mostrando a capa de uma edição de 1997 da "Fast Company" que tinha como tema 'mudança'. De acordo com ele, mais de dez anos depois, as mudanças são as mesmas que discutimos hoje. A diferença é que, se em 1997 mudar era uma opção, agora é a norma.

Um exemplo de como o mercado mudou está no fato de a "maior companhia de táxis", o Uber, não ter carros. Para Sjöstedt, a chave para entender o porquê de isso ter acontecido é perceber que o Uber não se vê como companhia de táxi, mas como uma companhia que vende viagens rápidas e em segurança com conforto.

De acordo com Sjöstedt, é preciso deixar de acreditar na ideia -para ele ultrapassada- de que o valor de uma empresa está no que ela faz, e perceber que esse valor é o que o público se importa, tem interesse. "As pessoas precisam se interessar por você, no caso de um jornal, por exemplo, é bem mais interessante dizer que ele cria influenciadores do que dizer que produz notícias. E, a partir disso, fica mais fácil enxergar outros negócios para investir, ligados ao mesmo valor", explica.

Segundo ele, as mídias sociais podem ser boas aliadas por permitirem saber o que os clientes falam, não só sobre a sua empresa, mas também sobre os concorrentes. "A partir disso, o próximo passo é entender o que as pessoas valorizam e tentar ser a empresa que vai criar aquilo, ser indispensável".

Um exemplo de empresa que conseguiu se adaptar à nova lógica é a Lego. Em 2003, a Lego estava em crise. Hoje, não só se recuperou, como passou as maiores empresas do segmento. Sjöstedt explica que a virada aconteceu quando o produto da Lego deixou de ser blocos de plástico e passou a ser "inspirar e desenvolver os construtores do amanhã".

Sjöstedt também explicou como a Lego conseguiu ter uma ideia interessante o suficiente para receber marketing gratuito. Com o programa Lego Ideas, os clientes podem apresentar propostas de novos produtos criados com Lego, caso o projeto receba o apoio de outros 10 mil clientes, é avaliado pela empresa, que produz os melhores projetos. "O que os clientes que criaram o projeto recebem? Honra. O que a Lego recebe? Visibilidade, fica sabendo o que os consumidores querem, e claro, lucra com a venda dos novos produtos."

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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