Apostando na produção autoral dos músicos da cidade e do Estado, nasce em Campo Grande um projeto que é ao mesmo tempo uma plataforma digital, uma editora e gravadora, que ainda oferece seminários com foco na profissionalização de músicos. Formado por cinco sócios, o Musaka completou um ano de atividades e se consolidou como uma das principais iniciativas como foco musical por aqui.
Ontem, no Burger Rocks, o lançamento do Festival Subestelar de Música demonstrou para onde o grupo deverá ir em 2017. O festival acontecerá em 18 de março, no Blues Bar, e reunirá oito artistas da cena de rock de Campo Grande. Marina Dalla, Rivers, Muchileiros, Black Coma, Lynks, Whisky de Segunda, Miguelito Jazz Band e Substellar serão as atrações do evento. “Resolvemos reunir essa banda em uma noite de celebração ao rock e à cultura de MS. Acreditamos que será um momento importante”, pontua Roberto Togni, um dos sócios da Musaka.
O festival será realizado em parceria com a Who! Music, que tem sido parceira da Musaka em outros projetos. “As bandas que vão tocar têm relevância na cena. Convidamos os artistas para que apresentem sua música, em uma noite que será totalmente voltada para o autoral”, argumenta Togni. “Nos shows, o público fica pedindo cover e isso desmotiva os artistas. Nesse festival, queremos deixar claro que a proposta é outra, as bandas vão tocar suas músicas”, argumenta.
Entre as bandas participantes, algumas ganharam espaço na Capital tocando covers – que influenciaram muito sua produção autoral. Um desses casos é a banda Lynks, que completa 15 anos de estrada em 2017, e iniciou sua trajetória tocando covers de bandas britânicas como Oasis, Radiohead e Coldplay. “Em 2012, lançamos nosso primeiro disco autoral, com 12 canções”, conta o baixista, Alexandre Bijos. O disco levou o título de “Live and Let Lynks”.
“Estamos preparando mais algumas músicas. Nosso objetivo sempre foi o de equilibrar as autorais com os covers, porque sentimos que o nosso público gosta disso. Não dá pra escapar”, argumenta. Bijos também pontua que as versões que tocam deixam claras as referências que a Lynks tem. “A gente não execra essa coisa de tocar música dos outros. Muita banda importante também toca, isso não é um problema. Tentamos equilibrar”, explica.
Lynks foi uma das primeiras bandas a participar de outro projeto do Musaka. Três vezes por semana, bandas são convidadas a tocar ao vivo no estúdio. As apresentações são transmitidas pelo Facebook e, além das músicas, os músicos conversam com apresentadores. Os vídeos são exibidos às terças, quintas e sábados.
“É uma oportunidade muito boa. Tivemos mais de duas mil visualizações, o que é bem maior do que o nosso público. Tocamos apenas canções nossas”, ressalta Alexandre. Depois da exibição ao vivo, a “live” continua no ar e pode ser usada pela banda como material de divulgação.
Outra banda que participará do festival e acaba de realizar uma “live” com o Musaka é o Whisky de Segunda. Com repertório voltado para o mais tradicional blues norte-americano, a banda também equilibra os sons que tem como referência às canções autorais. Em 2014, lançou seu primeiro disco. Agora, prepara-se para produzir um novo álbum. Serão oito canções compostas pela banda e quatro versões de expoentes do blues que os influenciaram. A participação da banda foi ao ar na sexta-feira e pode ser conferida na página /musakaoficial.
“Toda ação que se volta para a produção autoral acaba fortalecendo a cena de Campo Grande. Hoje, nós temos a capacidade de desenvolver um trabalho próprio, mas tentamos mostrar um pouco de onde viemos para o público”, explica Robson Pereira, vocalista do Whisky. Segundo ele, com a produção autoral, a banda tem a oportunidade de criar um produto genuinamente sul-mato-grossense. “Isso é um meio para crescer musicalmente e para oferecer algo que pode chamar a atenção fora daqui, como já tem acontecido”, pontua.