"Nem só de trabalho viverá o homem”, diz a adaptação do provérbio do latim “Nem só de pão viverá o homem”. A frase modificada cairia bem como um “mandamento” moderno para homens e mulheres que trabalham exaustivamente. Investir tempo livre em atividades que ofereçam algum tipo de satisfação pessoal e ajudem a relaxar pode fazer toda a diferença.
A dica é repensar as prioridades e aderir a uma opção para levar a rotina de forma mais saudável. É possível encontrar atividades assim fora do horário comercial, com facilidade, em Campo Grande. Gratuitas ou com preço acessível, elas ocorrem no Centro e nos bairros, nas universidades, nos parques e nos salões particulares. Confira algumas sugestões do Correio B:
DANÇA
De segunda a sexta-feira, das 18h às 19h, a quadra esportiva da universidade Unigran fica aberta aos interessados em se movimentar com a mistura de ginástica com sertanejo, funk e axé. Não é preciso pagar para participar das aulas, que são ministradas pela educadora física Andréia Cavalheiro. Quem não sabe dançar pode participar sem preocupações, garante a professora. Ela brinca dizendo que, “se mexer a mão e o pé, a pessoa já está dançando, e isso é o suficiente”. Não são ensinadas coreografias durante as aulas, e o ritmo da dança e da ginástica é fácil de acompanhar.
Até o início do ano, Andréia comandava aulas de dança no Shopping Estação, próximo ao camelódromo. A opção estava atraindo vários trabalhadores do comércio da região central, no entanto, as atividades foram canceladas por problemas relacionados à estrutura do prédio. Ainda assim, ela continua os estimulando a se deslocar um pouquinho para participar das aulas na universidade, que fica na Rua Abrão Júlio Rahe, 325, também no Centro.
Com um parceiro ou parceira e disposição para aprender alguns passos, é possível avançar para a modalidade dança de salão. Alternativa de local é a Central de Comercialização de Economia Solidária, na Rua Marechal Cândido Mariano, 1.500. Lá, às sextas-feiras, o professor Anderson Aquino ensina os ritmos vanerão, chamamé, forró e sertanejo universitário a partir das 20h.
Antes de começar, é possível fazer uma aula experimental. Aquino convida para o teste e diz que ninguém vai se arrepender se aceitar o desafio. “Falo principalmente pelos benefícios, porque dançar aumenta a frequência cardíaca, estimula a circulação do sangue, melhora a capacidade respiratória e queima muitas calorias”.
Sobre a modalidade de dança que ensina, ele destaca. “A dança de salão é uma atividade social que provoca uma sensação de bem-estar psicológico. Permite a troca de experiências, estimula o diálogo e aumenta a motivação. Acho até que as pessoas que dançam ficam muito mais maleáveis a certas situações cotidianas”, finaliza. O preço da mensalidade das aulas é de R$ 80 (individual) e R$ 120 (casal).
IOGA
Grande parte das funções profissionais acaba provocando cansaço físico e mental diariamente. A ioga é uma ótima atividade para aliviar esses sintomas pós-trabalho, mas os preços da atividade nem sempre contemplam todos os bolsos. Uma opção que oferece valores mais baixos do que a média da Capital são as aulas ministradas todas as terças e quintas-feiras, das 19h às 20h30min, pela professora Adriana dos Santos, também na Central de Economia Solidária.
Adriana explica que a ioga é uma prática que vai muito além do movimento do corpo. Aprender a respirar corretamente e se manter no presente – no sentido físico e filosófico – são os principais benefícios. Além disso, a professora acrescenta. “A pessoa vai se acalmar, ficar mais tranquila. Às vezes, ficamos tão agitados e isso acontece porque não respiramos adequadamente e não percebemos o tempo presente”.
Nas aulas, os alunos executam movimentos da Hatha Vinyasa Yoga, recitam um mantra e meditam. O preço é de R$ 85 mensais e é preciso levar um tapete próprio para a prática e uma toalha de rosto para uso pessoal. Não é necessário agendar para fazer uma aula experimental, basta ir até o local e levar 1 quilo de alimento não perecível.
CAPOEIRA
A capoeira, arte milenar de raiz africana, pode surpreender quanto às vantagens que traz para quem decide entrar na roda. “Desde o controle emocional, fortalecimento físico, elasticidade, consciência corporal, consciência do espaço, equilíbrio do corpo e equilíbrio espiritual, sem falar na música que toca e traz a expressão cultural e corporal”, cita o praticante Rodrigo Nantes.
Ele faz parte da Associação de Capoeira Comuanga de Angola, que oferece aulas ao preço de R$ 35 na sala de música do Estádio Morenão, dentro da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), às terças e quintas, das 18h às 20h30min, e na Central de Economia Solidária, às segundas e quartas, no mesmo horário. O professor – chamado de mestre, de acordo com a tradição – é José Leandro Leite, conhecido como Pequeno.
Qualquer pessoa pode participar, mesmo que tenha alguma restrição física. Rodrigo explica que a capoeira é uma atividade inclusiva porque “respeita o ritmo de cada pessoa”. Ele a recomenda, ainda, a quem quer “romper as couraças e traumas” e sente que não está se expressando cultural e socialmente no trabalho e em todos os outros ambientes sociais.
RESTRIÇÕES
Antes de iniciar qualquer uma das atividades sugeridas, o ideal é levar em conta problemas de saúde como hipertensão, sobrepeso e lesões na coluna. Dependendo do impedimento, ainda é possível negociar com o orientador e participar.